Ilusão

Sentada no parapeito da janela, prendo os joelhos contra o peito enquanto olho a lua resplandecente. Com o olhar distante, relembro mais uma vez a tarde passada…

Com o tempo ameno e a brisa calma a bater-me no rosto, fechava os olhos cheios de esperança com tenção de uma tarde inesquecível.
Cheguei ao local combinado, com a pontualidade que em nada me caracteriza e surpreendida com tal feito, esperei… O brilho dos meus olhos e o sorriso desenhado na minha face, não me deixavam colocar a hipótese da tua ausência. Esperei… Os segundos foram-se transformando em minutos, os minutos em horas e a tua ausência foi-se tornado cada vez mais evidente. Cada desvio de olhar para o relógio, tornavam o meu medo maior e o sorriso foi-se esmorecendo gradualmente, mas mesmo assim não deixei que a decepção se apoderasse de mim. Mais uma vez, esperei…

Esperei esta tarde, assim como espero a todo o instante pela tua presença, pelo teu amor, a tua compreensão, enfim, espero por ti. Perdida nestes pensamentos sou interpelada pela voz que me faz trazer à realidade “Novamente iludida?”. Balanço o corpo no estreito parapeito, limpo a primeira lágrima gritando “NÃO! Novamente apaixonada.”.
Numa fracção de segundos, sinto o peso da realidade “E o que é o teu amor, senão uma ilusão?”

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