Telefonema de despedida!!!

Mais um dia que promete…
Acho que o café ainda não me despertou o suficiente para aguentar todo trabalho que tenho em atraso. Daqui a pouco, nem a secretária que está à minha frente consigo ver, tal é a quantidade de papel acumulado. É incrível a agitação que esta redacção tem logo às 9:00 da manhã.
Oh não! O telemóvel a tocar a esta hora só pode ser má notícia, ou é a mãezinha com mais uma das suas lamechices a reclamar a minha falta de atenção ou é o Rui… Não posso crer, é mesmo o Rui! Não atendo, para todos os efeitos não estou.
”Ana, o teu telemóvel está a tocar!” Boa Sara, que oportuna que tu és, ele está mesmo ao meu lado e não ouvia nada, enfim… “Eu sei, já atendo.” Desta não me escapo, os olhares já estão todos concentrados no bichinho que não pára de vibrar e tocar…
- Diz!
- Bom dia, meu amor.
- Não sou nada tua, agora despacha-te a dizer o que queres. Tens 10 segundos, queres aproveitá-los ou posso desligar já?
- Não digas isso, tu és tudo para mim. Querida, essa disposição toda pela manhã até parece mal.
- Acabaste então de ficar sem nada, sendo assim desligo!
- Não, não, espera!
- Rui, não temos mais nada para falar, estás a fazer-me perder tempo e já estou no meu local de trabalho, por favor sê breve.
- Ok, queria só convidar-te para almoçar. Por favor Ana, dá-me só uma oportunidade para te explicar o que aconteceu…
- Não quero saber das tuas explicações, quero que me deixes em paz e que me deixes trabalhar, quanto ao convite para almoçar a resposta é NÃO!
- Ana, eu amo-te tanto, dá-me uma segunda oportunidade. Pensa em nós, em tudo o que passámos juntos, 3 anos de tanta felicidade não podem acabar assim…
- Assim como? Com a gaja que puseste na nossa cama?
- Ana, não sabes como me arrependo amargamente desse dia. Eu estava bêbado, tu viste…
- Não, definitivamente não foi isso que vi. Não insistas, acabou! Adeus!
- Espera, não desligues! Só mais uma coisa, andas com alguém?
- Não tenho que te dar justificações, mas se fazes tanta questão de saber… Sim, ando!
- Eu sabia. És mesmo cabra, ainda mal acabámos já te andas a deitar com outro gajo qualquer…
- Oh Rui, vai-te foder! Esquece que existo e deixa-me em paz!
- Juro-te que te vais arrepender de tudo o que me estás a fazer.
Já não bastava a conversa animada, ainda tinha de ter plateia para assistir a tudo. Não tarda nada, passamos de um jornal conceituado para revista cor-de-rosa. O descaramento do Rui deixou-me completamente atónita. É incrível como continuo a amar aquele cabrão depois de tudo o que me fez…
Parece que os papeis acumulados à minha frente me querem trazer novamente à realidade. Bem sabia que o dia iria prometer...

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